Outras notas musicais

E o rádio, quem diria, foi um dia novidade

02/05/2016

E o rádio, quem diria, foi um dia novidade
        “Naquela época (década de 1930) o rádio era uma raridade. No morro, então, um acontecimento. Quem tinha um aparelho botava a maior banca”.
(Depoimento de Herivelto Martins para o livro Uma escola de samba, de Jonas Vieira e Natalício Norberto)
     Herivelto compôs, exatamente nessa época, samba sobre o tema que foi sucesso na voz de Carmem Miranda, Meu rádio e meu mulato, regravado em 2004 por Marcos Sacramento:

Comprei um rádio muito bom à prestação
Levei ele lá pro morro e instalei no barracão
Toda tardinha quando chego pra jantar
Logo ponho o rádio pra tocar
A vizinhança pouco a pouco vai chegando
E vai se aglomerando o povaréu no meu portão
Mas quem eu queria não vem nunca
Por não gostar de música ou por não ter coração
(...)


O sorriso e o tempero de Zica
          Ela dividiu com Dona Neuma o título de primeira e única rainha da verde e rosa. Eusébia Silva de Oliveira, a Dona Zica, dona do mais belo sorriso e criadora dos melhores pratos do samba, nasceu no Rio de Janeiro, em 1913.
Dona Zica ajudou a fundar a Estação Primeira de Mangueira, em 1928, e foi casada com o compositor Cartola, com quem criou, em 1964, o célebre restaurante Zicartola, na Rua da Carioca, que passou a ser ponto de encontro dos sambistas, dos intelectuais e políticos.
Mesmo após a morte de Cartola, em 1980, Zica continuou atuante na Mangueira, até ir morar com as estrelas, pouco antes do carnaval de 2003, no dia 22 de janeiro.

De Ponte Nova a Ouro Preto
“Quando passei pela terra de Aleijadinho, meu coração, que até então era vadio, ficou barroco”.
(João Bosco, descrevendo as sensações que sentiu ao chegar a Ouro Preto, onde foi na juventude para estudar Engenharia, depois de deixar sua Ponte Nova natal. Songbook João Bosco, Lumiar Editora, 2003)