Homenagens

Série de shows homenageia 70 anos de Aldir Blanc

Por Mary Debs - 24/05/2016

É de autoria de Chico Buarque o texto "Aldir Blanc é uma glória das letras cariocas. Bom de ser ler e de se ouvir, bom de se esbaldar de rir, bom de se Aldir", que inspirou o título dessa série musical Aldir Blanc 70 Anos – Bom de se Ver, Bom de se Aldir que chega ao CCBB Rio. Homenagem inédita a Aldir Blanc – um dos mais importantes compositores da história da MPB que completa 70 anos no dia 02 de setembro e 52 anos de carreira – com apresentações de João Bosco (16 de junho, quinta), Zé Renato (17 de junho, sexta) e Leila Zé Renato, Leila Pinheiro (18 de junho).

Apresentado no CCBB de Belo Horizonte em 2014, com enorme sucesso, traz um primoroso retrato audiovisual com direção de Solange Kafuri. Projeções de fotos, depoimentos em vídeo e trechos de letras recitados em off por Vera Mello, grande intérprete de seus textos, integram o roteiro único de cada apresentação que repassa a carreira, família, parceiros e amigos do poeta . 

Grande parceiro de Aldir, João Bosco – que também completa 70 anos no dia 13 de julho –, abre os trabalhos com o show de voz e violão “Compatibilidade de gênios - Aldir Blanc e João Bosco”. O roteiro assinado por ele compõe, pela primeira vez, um show dedicado só à obra feita a quatro mãos pelos dois. Entre os sucessos reunidos, “O Bêbado e a Equilibrista”, um dos símbolos da luta contra a ditadura na voz de Elis Regina, e ainda “Incompatibilidade de Gênios”, “Linha de Passe”, “Bala com Bala” e “O Mestre Sala dos Mares”. 

No segundo show é a vez de Zé Renato com “A poesia com muitas notas – Aldir Blanc e seus Ilustres parceiros”. O repertório traz composições de Aldir com outros de seus fiéis parceiros, como Moacyr Luz, Guinga, Cristovão Bastos, Djavan, Paulo Cesar Pinheiro e Silvio da Silva Junior. Entre elas, “Resposta ao Tempo” (Aldir Blanc/Cristovão Bastos), tema da minissérie Hilda Furacão com a gravação de Nana Caymmi, e “Cinquenta Anos” (Aldir Blanc/Moacyr Luz), “Saudades da Guanabara” (Aldir Blanc, Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro), gravado por Beth Carvalho, e “Aquele U” (Aldir Blanc/ Djavan). 

Leila Pinheiro faz a noite de encerramento com “Nas trilhas do coração – a sensibilidade do letrista e escritor”. Três blocos compõem a apresentação: “Cronista apaixonado”, “Amor pela família” e “Poeta/Jornalista”. Os dois primeiros mostram o lado doce e romântico de Aldir, que embora seja visto como um artista contestador e de posições fortes, é antes de tudo (e sobretudo), um apaixonado e muito intenso. O lado cronista será representado por sucessos que são verdadeiras crônicas, como “Querido Diário”, “Miss Suéter”, “Incompatibilidade de Gênios” e “À Nível de” (sucessos de Clementina de Jesus). Notória admiradora do trabalho de Aldir, Leila tem um CD lançado, “Catavento e Girassol” (96), exclusivamente com as composições do compositor em parceria com Guinga. 

A direção musical e os arranjos (todos novos) para os shows de Zé Renato e Leila Pinheiro são de Itamar Assiére e a banda vem com Jurim Moreira (bateria), Alex Rocha (baixo elétrico), Zé Carlos (violão e guitarra), Marcelo Bernardes (sopros) e Itamar Assiére (teclado).

Bom de se Ouvir, Bom de se Aldir, realização da MPB Marketing e Produções Artísticas, nasceu da paixão de suas sócias pela obra de Aldir Blanc. A diretora Solange Kafuri e sua filha, a produtora Giselle Kfuri, sempre estiveram ligadas à obra de Aldir. Giselle é a idealizadora do projeto e cresceu com suas letras, crônicas e textos de jornais por perto desde criança, relação que se intensificou ainda mais no período em que cursou faculdade de jornalismo. “A obra de Aldir é uma das mais ricas da música brasileira. Ele é um gênio”, diz Solange Kafuri. “Este é um projeto emocional, sobretudo. É preciso trazer à tona e mostrar para as novas gerações a riqueza e contundência da arte produzida por ele”.